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A grande movimentação de informações e tecnologias dos últimos tempos gerou muitas mudanças. A forma de se comunicar, de organizar as tarefas diárias, receber notícias, tudo mudou. E essas mudanças foram responsáveis por um novo cenário repleto de incertezas, dúvidas e situações não premeditadas.
O futuro representado nos filmes distópicos pode não acontecer ao pé da letra, mas a distopia de acontecimentos já é o presente. E precisamos criar estratégias e novas soluções para sobreviver e conseguir bons resultados em momentos de crise.
E é sobre este assunto que falaremos em nosso post de hoje. Traremos a vocês duas novas expressões que surgiram a partir deste movimento contemporâneo e que se encaixam perfeitamente em nosso cotidiano atual.
Vamos juntos entender o Mundo VUCA e o Mundo BANI.
E se você quiser entender este assunto de forma mais aprofundada, assista ao primeiro episódio do Podcast Solucionando!
Acrônimos em definição simples são:
“Palavras formadas através da junção de letras ou sílabas iniciais de um grupo de palavras, que se pronuncia como uma palavra só, respeitando, na generalidade, a estrutura silábica da língua.”
E as junções de letras em questão são usadas para representar as características marcantes do novo século. Toda a movimentação que comentamos acima é representada por letras em VUCA e BANI.
Vamos começar com o termo menos atual.
Mundo VUCA é um acrônimo do inglês introduzido nos anos 90 (depois da guerra fria) pelo o exército americano e é referente aos termos Volatility, Uncertainty, Complexity e Ambiguity para descrever quatro características marcantes do momento em que estamos vivendo: Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade.
Cada vez mais, o conceito de mundo VUCA está integrado em nossa sociedade e quando olhamos para o futuro a tendência é que isso aumente ainda mais.
A velocidade com que as mudanças acontecem e as complexidades e incertezas que trazem consigo são desafios que só podem ser enfrentados com o desenvolvimento de competências socioemocionais.
Diz respeito à grande velocidade de mudanças do mundo.
De característica fluída, as mudanças acontecem em tempos cada vez menores. Nesse cenário, os alunos precisam ser estimulados a contornarem essas mudanças e estarem preparados para elas.
A incerteza vem graças à própria volatilidade e está diretamente conectada à dificuldade de previsão de cenários. Nessa realidade incerta, os alunos precisam ser estimulados com novas atividades para desenvolverem as competências de flexibilidade e aceitação.
A vida é repleta de situações, novos encontros e desencontros. E esses caminhos que se cruzam formam um universo de complexidade imenso. Não existe uma única resposta e solução para as situações. A visão multidisciplinar precisa surgir neste cenário, preparando alunos para todas as intempéries e dificuldades que possam aparecer.
Assim como no contexto da complexidade, o cenário ambíguo e tomado pela dicotomia também surge. Cabe à comunidade escolar o estímulo de certas competências para o desenvolvimento do aluno. A coragem, a tolerância e a perseverança são exemplos.
E para se destacarem em um ambiente volátil, incerto, complexo e ambíguo, os alunos precisam ser estimulados diariamente a partir de desafios, bate papos, novas atividades e avaliações tomadas por feedbacks.
A formação socioemocional dos estudantes torna-se parte ativa e imprescindível do currículo pedagógico escolar, estimulando os alunos a entenderem e os momentos desafiadores para driblarem as barreiras.
Resiliência, flexibilidade, multidisciplinaridade e planejamentos não estáticos são características ativas dos alunos no mundo VUCA.
E esse novo termo: BANI?
O conceito BANI foi desenvolvido pelo antropólogo, autor e futurista norte-americano Jamais Cascio, que observou que o VUCA estava obsoleto e não funcionava de maneira certeira em um mundo atual tomado pela pandemia.
“Brittle, Anxious, Nonlinear, Incomprehensible” ou Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível, em tradução livre
Jamais Cascio critica a terminologia insuficiente ao se encaixar na nossa realidade vivida. Não é só volátil ou complexo, Situações em que as condições não são simplesmente instáveis, são caóticas. Nos quais os resultados não são simplesmente difíceis de prever, e sim completamente imprevisíveis.
Não é simplesmente ambíguo ou complexo, é incompreensível. E essa crítica deu origem ao BANI.
Agora vamos dissecar também este acrônimo.
Estamos suscetíveis a catástrofes a qualquer momento, e toda a realidade está construída sobre uma base frágil, que pode desmoronar da noite para o dia.
É preciso aprender a trabalhar sabendo que o perigo está sempre à espreita e o dia pode se tornar noite, em uma metáfora.
Essa palavra tomou conta de muitas pessoas na pandemia, infelizmente…
Todo esse medo constante ocasionado pela fragilidade do mundo gera ansiedade, uma das doenças mais comuns das gerações atuais. O mundo está ansioso, e isso se reflete em todas as relações humanas.
Estamos vivendo no limite, observando as doenças e a morte cada vez mais de perto, e o senso de urgência e dúvida sobre a urgência pauta cada decisão e caminho escolhido.
Segundo o Jamais Cascio, estamos vivendo em um mundo cujos eventos parecem desconectados e desproporcionais, graças ao estranhamento e esgotamento ocasionados pelo isolamento social.
Sem uma estrutura ou situação bem-definidas e padronizadas, não é possível organizar-se por um processo “regrado”. Planejamentos detalhados, estáticos e de longo prazo podem não fazer mais sentido em um mundo BANI.
Aqui o aluno precisa esquecer toda a lógica.
“Tentamos encontrar respostas, mas as respostas não fazem sentido. Mais dados ― até mesmo big data ― podem ser contraproducentes, sobrecarregando nossa capacidade de entender o mundo, tornando difícil distinguir ruído de sinal. A incompreensibilidade é o estado final da sobrecarga de informações”.
Não existe mais certeza sobre nada, assim, o excesso de controle e ordenação são ilusões.
E essa é nossa realidade atual. E para ter sucesso neste cenário incerto, precisamos desenvolver habilidades em complexos núcleos.
E na educação vemos todo o reflexo deste movimento no ensino e na evolução dos alunos.
Novas estratégias precisam ser traçadas, novos formatos, a multidisciplinaridade precisa estar dentro da escola, atividades que eram assertivas já deixaram de ser.
O mundo mudou e o universo educacional também precisa transitar. O aluno agora deve ser o protagonista e o professor seu guia, seu mentor por uma jornada não tão heróica, mas que traz resultados cada vez mais incríveis e improváveis.
O aluno, os professores e toda a comunidade escolar agora são um só e seguem em prol de um único bem: A construção de um futuro melhor.
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